Floclore Religioso
Quaresma: entende-se pelos quarenta dias, a contar da Quarta-feira de Cinzas do Carnaval até a Quinta-feira Santa, nos quais a igreja convida a todos para fazer uma conversão, isto é, uma mudança de vida, para celebrar melhor a Páscoa. A igreja fixa 40 dias de preparação à Páscoa a partir de acontecimentos muito importantes na experiência do povo de Deus, no Antigo Testamento e na vida de Jesus Cristo. É um período especial de preparação para os dias que relembram e revivem a paixão, morte e ressurreição de Cristo.
A PÁSCOA ENTRE OS GAÚCHOS
Semana Santa: o Folclore, no RS, denota a Semana Santa uma importância muito especial. A referida semana tem apenas quatro dias, que são: Quinta-feira Santa, Sexta-feira da Paixão, Sábado de Aleluia e Domingo de Páscoa. O RS é o chão brasileiro, que acolheu um grande contingente de povos de outras nações, o que faz do nosso Estado, um pago diferente dos demais da nação brasileira, pois registra o folclore de todas as comunidades, especialmente a teuto- rio-grandense e a ítalo rio-grandense, marcantemente em cada um dos dias da Semana Santa.
Páscoa: Além do português, em muitas outras línguas, a palavra Páscoa provém do hebraico Pessach e incorporou-se ao mundo cristão, caracterizando o ciclo da Páscoa. Os cristãos de todas as partes do mundo celebram a Páscoa com grande alegria, em memória da Ressurreição de Cristo. Em muitos lugares, as crianças ganham doces e coelhos de chocolates e procuram ovos de Páscoa coloridos. O Ciclo da Páscoa aparece como um conjunto de elementos culturais espontâneos, sendo alguns deles derivados dos textos evangélicos e outros de conceitos populares europeus. O costume de se levar à igreja uma palma para que esta seja abençoada na Missa, no Domingo de Ramos, implantado no século VIII, por quase toda a Europa, tem como motivo determinante a festa eclesiástica. Muitos costumes ligados ao período pascal originam-se dos festivais pagãos da primavera.
Outros provêm da celebração do Pessach, ou seja, da Páscoa Judaica. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâsques. Sobre sua origem, não se encontra dados absolutamente concretos, mas em todas as versões, lendas e tradições destacam-se, como ponto comum, a comemoração do próprio fenômeno da vida. Independente de sua origem ou credo, todos os povos celebram, nesta época do ano, a alegria e a esperança, implícitas no ato da renovação. Para os povos cristãos, a Páscoa tem um grande significado humano e divino e o homem moderno, parte integrante e receptor de todas as influências, quer pagãs, cristãs ou folclóricas comemora a Páscoa como uma tradição.
A proibição de repicarem os sinos sugere recolhimento no período que medeia entre a Morte de Cristo e sua Ressurreição. Surgem então as matracas de diversos tipos à semelhança dos cristãos que batiam pedaços de madeiras nas catacumbas, por falta de sinos.
Em Soledade, o fato folclórico ainda vigente é as “recomendações” ou “encomendações” das almas, que apresentam algumas semelhanças com outras regiões do Brasil. São realizadas por um “terno”, ou seja, por um grupo de pessoas com a finalidade de rezar, cantar, batendo matracas e pedindo orações para as almas. O ritual é iniciado nas sextas-feiras da Quaresma, principalmente, na Sexta-feira Santa.
Em Pelotas, ainda se conserva a tradição do “Stippe”(stipa) – serenata da Páscoa, com grupos que, à semelhança dos Ternos de Reis, saem às ruas nesta época.
Em Santana do Livramento, centenas de pandorgas elevam-se no ar, consistindo em uma tradição, desde 1976, oficializada como Festival Internacional da Pandorga.
Muitas crendices, relacionadas ao ciclo, dentre elas:
- a mais popular é a de colher “macela”, às vésperas da Sexta-feira da Paixão, pois, a partir da meia-noite até antes do alvorecer, a macela fica benta, retendo propriedades terapêuticas.
- simpatias para curar asma possuem mais eficácia se feitas nesse dia.
- não se tira leite das vacas, no Planalto e nas Missões.
- cobras e aranhas são mortas, para se receber indulgência na zona da Campanha.
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