segunda-feira, 14 de abril de 2014

OS ÍNDIOS DO RS – 19 de abril – dia do índio

A porção da América, que atualmente constitui o RS era, à época, uma larga faixa de terras a despertar o interesse de Portugal e Espanha. O que se sabe, então, é fruto de navegações arriscadas ao longo dos baixios do Atlântico e raras penetrações por terra. Por isso, as notícias sobre o gentio são confusas, mas os cronistas nunca deixaram de salientar que os índios desta região não erão afeitos a comerciante humana e que naturalmente, para eles, os cronistas da época, era muito importantes.

Os índios foram os mais remotos habitantes da terra. Quando os portugueses chegaram ao território rio-grandense, encontraram grupos humanos vivendo em plena pré-história, pois desconheciam a escrita (ágrafo) e não se fixavam muito tempo num só lugar, sendo seminômades. Eles aproveitavam os recursos naturais dos lugares onde habitavam apenas para viver, mantendo assim um equilíbrio com a natureza. As terras, as matas e os rios eram suas riquezas.

A mesma tribo aparece com nomes diferentes e muitas vezes o que se pensa ser uma tribo é meramente um simples ramo da mesma parcialidade. Naturalmente, sobre os índios, só se conhece após a chegada do branco, que escreveu os primeiros relatos sobre a terra e sobre quem nela morava.

Como vivia o índio antes do branco chegar, só pode-se intuir* por aquilo que o branco aqui encontrou o que certamente não é válido para a distribuição geográfica das tribos.
Falavam diversas línguas, porém a que se tornou mais conhecida foi a tupi-guarani, usada pelos moradores do litoral, com quem os portugueses tiveram o primeiro contato. Por isso, muitos nomes de lugares, plantas e animais são de origem tupi-guarani.

O índio habitante do interior tinha usos e costumes um tanto diferenciados do índio do litoral. O do interior usou a pedra lascada, o arco e a flecha e era nômade, devido sua alimentação ser baseada na coleta de frutos, raízes e caça de aves, enquanto que o do litoral tinha uma vida mais sedentária, já que a sua alimentação era encontrada com mais abundância, proporcionada pelo mar, principalmente mariscos, conforme evidenciamos nos sambaquis, constituídos de grandes acúmulos de restos, de detritos de conchas, ossos de animais, enterros humanos, instrumentos, que são encontrados no litoral marítimo. No RS, os sambaquis foram encontrados na barra da laguna dos Patos.

Uma das primeiras descrições foi realizada por Pero Lopes de Souza, em 1532, referindo-se como “musculosos e grandes; dormem no campo, onde anoitece; não trazem consigo outra coisa se não peles e redes para caçar; trazem por arma um pedaço redondo, de pedra, do tamanho de uma bola (...). Não comem senão carne de pescado”.

Os índios distribuíram-se pelo território e ocuparam áreas de diferentes paisagens naturais. Eram tribos atrasadas, que não deixaram sinais de desenvolvimento apreciável; não foram encontradas manifestações artísticas sob qualquer forma. Somente depois da ação jesuítica, desenvolvida no oeste do Estado, foram encontrados índios com algum desenvolvimento mental capaz de lhes permitir manifestar pendor para a música, pintura e ofícios elementares, bem como revelar certos conhecimentos agrícolas mais desenvolvidos.

Na época em que os portugueses aqui chegaram, encontraram as terras rio-grandenses ocupadas por 300 mil índios pertencentes a três antigas etnias (raças), cada uma com vários grupos, alimentando-se da caça, pesca e coleta de alimentos, alguns praticavam a agricultura rudimentar. Eram livres, amantes da natureza, organizavam-se em grupos ou nações e cada nação estava formada por diversas tribos (comunidades).

As expansões espanholas e portuguesas e a história dos indígenas articularam-se de maneiras diferentes. No oeste, os missionários ergueram reduções com o objetivo de transformar o território em terras da Espanha.

Nos séculos XVII e XVIII, os europeus foram gradativamente ocupando as terras indígenas. Esse contato levou à dizimação ou à perda da identidade cultural dos nativos, que eram obrigados a abandonar muitos de seus usos e costumes para assimilar os padrões dos brancos.

Os bandeirantes buscavam mão-de-obra para o cultivo da cana-de-açúcar e deixaram um rastro de sangue e de contágios de doenças européias e africanas entre os nativos Jê e Guarani. Na região da campanha, o Pampeano foi aproveitado como soldado e peão. Em 1680, foi abolida a escravidão do índio no Brasil e no RS.

As principais comunidades indígenas habitantes das terras gaúchas estavam constituídas em comunidades denominadas Jê ou Tapuia, Pampeano e Guarani.




2 comentários:

  1. Muito bom o post! Tenho uma dúvida: os charruas pertenciam ao mesmo grupos dos minuanos ou integravam um grupo a parte?

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  2. Os Charruas pertenciam ao grupo dos pampeanos, daí da nossa campanha. Cuida que vou postar os grupos e suas contribuições. Obrigado!

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